Nicole Mouracade
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O ARTISTA:
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NIM - Nicole Iskandar Mouracade (1960)
Vive e trabalha em São Paulo há vários anos, proveniente de Beirute e Paris, passou
a absorver e devolver poeticamente a atmosfera tropical brasileira.
Dentre as diversas exposições individuais e coletivas que participou em Paris, Marselha,
Milão, Nova York, Los Angeles e São Paulo, destacam-se a IX Biennale de Beaumont sur Oise,
França; o Salão de Arte Primitiva em Milão e Crédit Lyonnais em Paris.
Criadora inquieta está sempre lançando novas propostas em seu repertório artístico. Seguramente
não vai parar por aqui. Modificará muito em função da obsessiva vontade de pesquisar maneiras,
formas e cores. Já foi figurativa pintando telas crianças-bonecas estampadas nos muros da rua.
Era evidente seu maior interesse pela textura das paredes do que pelos personagens propriamente
ditos. Aí trabalhava a cor, a plasticidade, o não figurativo antecipando o vigor de hoje. Aos
poucos as figuras sumiram e as cores foram ocupando espaço, se justapondo.
"...Seus azuis e verdes-água superpondo fundos claros, amarelos e brancos, entrecortados de
rápidas pinceladas negras, pareciam que era tudo; Mas não, surgira, agora, os terras de
tonalidades belíssimas que vão dos vermelhos aos vinhos amarronzados, e tudo pareceu
diferente. Maior densidade com domínio absolutu dos planos de profundidades que levam o
olhar para o infinito. Segurança total no manuseio dos pincéis largos com tinta negra, às
vezes retas paralelas, numa fusão perfeita, equilíbrio próprio da NIM, uma pintura sonora que
me faz lembrar o ruído das grandes cidades, tráfego, construções,...
Renato Magalhães Gouvêa
São Paulo, 07/11/1996
... Nicole, não é fácil incorporar novas cores na paleta de um artista. Seus azuis e
verdes-agua superpondo fundos claros, amarelos e brancos, entrecortados de rápidas pinceladas
negras, parecia que era tudo; mas não, surgiram, agora, os terras de tonalidades belíssimas
que vão dos vermelhos aos vinhos amarronzados, e tudo pareceu diferente. Maior densidades com
domínio absoluto dos planos e profundidades que lavam o olhar para o infinito. Segurança total
no manuseio dos pincéis largos com tinta negra, as vezes retas paralelas, numa fusão perfeita,
equilíbrio próprio da NIM, uma pintura sonora que me faz lembrar o ruído das grandes cidades,
trafego, construções, mas nada disso interessa muito.
Não gosto de obras explicadas, gosto sim, de encontrar Arte e isso é o que você está
fazendo. Foi uma bela surpresa a nova maneira de ver as coisas, muito para mim que estou
acompanhando seu trabalho há tempo. E que sabor essa pintura que continua nas bordas do
chassis! Tenho certeza do seu sucesso, invente com coragem...
Renato Magalhães Gouvêa
A serie de quadros expostos representa a mais recente produção da artista Nicole Iskandar
Mouracade que passou a se assinar NIM.
Seguramente não vai parar por aqui. Modificará muito em função da obsessiva vontade
de pesquisar maneiras, formas e cores. Já foi figurativa pintando telas crianças-bonecas
estampadas nos murros da rua. Era evidente seu maior interesse pela textura das paredes
do que pelos personagens propriamente ditos. Aí trabalhava a cor, a plasticidade, o não
figurativo antecipando o vigor de hoje. Aos poucos as figuras sumiram e as cores foram
ocupando espaço, se justapondo.
Nesta exposição de pinturas não figurativas já se pode identificar duas maneiras diferentes
de tratar o abstrato: Numa se sobrepõe o valor cromático enriquecido pela superposição de
camadas de tinta, deixando transparecer o que está por baixo. As superfícies aveludadas de
cores que vão se associando e que, pela proximidade, resultam outras vibrações, diversas das
que saíram da paleta. Não são formas desenhadas esperando pelas cores. Tudo parte dos valores
cromáticos.
Na outra serie, ainda mais segura, ressalta o valor plástico escultórico na pintura. Traçado
mais decidido, gestos firmes marcando a superfície, o pincel transformado em buril, buscando
resolver a problemática do espaço. O equilíbrio parece conquistado de maneira ainda mais
espontânea.
O não-figurativo não significa pintar o não real. A obra de NIM parte de um mundo existente,
urbano, quase se podendo ver as construções dos edifícios, o traçado das ruas, a população
que se move, tudo a envolver a artista em suas andanças pela megalópole.
O importante em sua obra é a não concessão ao gratuito, confirmando o ensinamento de Matisse
de que tudo quando não tiver utilidade num quadro é prejudicial. Pinta as entranhas da pintura
e descobre os mundos que existem por lá.
NIM tem conseguido abarcar os lugares por onde passa. Com facilidade capta o momento que vive
e, através das incisões, vai descobrindo o tecido das coisas. Não fica indiferente à
exuberância da natureza e se comove com a problemática da ecologia, dos avanços tecnológicos,
das tensões sócias.
Tudo em sua obra está visível. Tenhamos capacidade para compreender os sentimentos que a
artista experimentou.
Renato Magalhães Gouvêa
São Paulo, 30/04/97
EXPOSICOES PERSONAIS:
1999 Renato Magalhães Gouvêa Escritório de Arte, São Paulo, Brazil
1998 Renato Magalhães Gouvêa Escritório de Arte, São Paulo, Brazil
1997 Vila Paulistana Galeria de Arte, São Paulo, Brazil
1996 Centro Cultural Jardim Sul, São Paulo, Brazil
1993 Crédit Lyonnais, Paris, France
1992 Galerie Café Vogue, Paris, France
1991 Galerie Café Vogue, Paris, France
1984 Galerie Jadis, Beyrouth, Lebanon
EXPOSIÇÕES COLLECTIVAS:
2000 Hotel Des Ventes Drouot, Paris – France
1999 “Contemporâneos“, Jô Slaviero Galeria De Arte, São Paulo, Brazil
1996 “Retrospectiva 96”, Centro Cultural Jardim Sul, São Paulo, Brazil
1996 “Vôo Na Imagem”, Renato Magalhães Gouvêa Escritório de Arte, São Paulo, Brazil
1994 “Fin De Siècle”, Renato Magalhães Gouvêa Escritório de Arte, São Paulo, Brazil
1993 Hotel Des Ventes, Saint Germain En Laye, France
1993 Company Coffee Shop, Paris, France
1993 Galerie D.P’Art, Paris, France
1992 IX Biennalle De Beaumont Sur Oise, Baumont sur Oise, France
1992 Maison Du Canada, Paris, France
1992 Galerie De L’Abbaye Saint Victor, Marseille, France
1989 Gallery L’Atelier D’Art, California, USA
1989 Gallery Art Images California, USA
1988 “III Contempoarte”, Museu da Imagem e do Som, São Paulo, Brazil
1988 “I Salão Cruzeiro do Sul”, São Paulo, Brazil
1987 “ Salão de Arte Primitiva”, Milano, Itália
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