Luis Athouguia
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O ARTISTA:
Luis Athouguia (1953, Cascais, Portugal). É diplomado pelo IADE. Ilustrou capas de livros de grandes autores
nacionais e internacionais. Colaborou em equipes de projectos de Interiores e Arquitectura. Expõe desde 1983 e realizou mais de centena e meia de exposições.
EXPOSICOES - ALGUMAS INDIVIDUAIS:
Gal. São Mamede, Lisboa - Paços do Concelho, Ponta Delgada - Gal. Velasquez, Valladolid - Gal. Maria Lebre, Tomar - Gal. Escudeiros, Beja - Casa Vieira Guimarães, Tomar - Gal. de Fitares, Sintra - Gal. Pepper’s, Caldas da Rainha - Gal. de Arte do Barreiro - Gal. de Arte de Abrantes - Fábrica das Artes, Torres Vedras - Gal. de Arte de Albufeira - Capela da Misericórdia em Sines - Centro Cultural de Lagos - Museu de Electricidade, Lisboa - Convento de S. José, Lagoa - Palácio Pombal, IADE, Lisboa - Galeria Artur Bual, Paços do Concelho da Amadora - Galeria C T T, Lisboa.
EXPOSICOES - ALGUMAS COLLECTIVAS:
Gal. S. Mamede, Lx - Gal. Potthoff, Lx - Gal. 65 A, Lx - Gal. Conventual, Alcobaça - Gal. Arthouse, Cascais - Quinta das Cruzadas, Sintra - Gal. Fitares, Sintra - Gal. LCR, Sintra - Gal. Iosephus, Lx - Die Galerie, Ericeira - Gal. Fábrica das Artes, T. Vedras - Gal. Cólicas, Ponte do Rol - Gal. Pirâmide, Lx - Gal. Ler Devagar, Lx - Espaço Pedralvas, Lx - Centro Cultural de Belém, Lx - Centro Cultural da Nazaré - Gal. Pedro Sem, Lx - Gal. Maré d’Arte, Carvoeiro - Museu Regional de Sintra - Museu de Electricidade, Lx - Palácio Foz, Lx - Palácio da Independência, Lx - Convento de Cristo, Tomar - Convento da Graça, T. Vedras - Convento de S. Francisco, Monsaraz.
Bienais: de V. Nova de Cerveira, Avante, Nazaré, Alentejo, e Montijo.
-Distinguido com o Prémio Vespeira de Desenho em 1997 - Bienal do Montijo.
COMMETARIOS SOBRE A OBRA DE LUIS ATHOUGUIA:
"…pedaços de sonho, jardins para os nossos olhos passearem, lembranças obscuras, iluminações intermitentes, palavras tresmalhadas, janelas da sua alma, a sua natural respiração.
A pintura do Luís é encontro e desencontro, é uma certa dose de solidão, é um eco, uma ténue ponte, a luz da madrugada, o discreto marulhar da água na secura da paisagem, a fronteira entre o ontem e o hoje, um projecto de viagem."
Cruzeiro Seixas
"A escrita pictural de Luis Athouguia desenvolve-se com base numa sugerência cromática e neo-romântica, não raro com tons de feitiço, cores sirénicas, onde os pastéis muito bem doseados e esgrimidos organizam-se a partir de um núcleo que acaba por ser sui generis.
A linguagem do Autor serpenteia à volta e no âmago de uma meada cromática de matrizes fascinantes onde a luz (do étimo latino luce) é rainha, não consorte, não par de cama, mas rainha-mor; trata-se de uma luz vivaz, que já fecundou o pó, pô-lo a caminho, rumo á pátria da água. Abeiramo-nos, afirmativamente, de um sonho com maiúscula, mas, para lá da construção desse habitat onírico, descortina-se um adestramento superconseguido na combinatória das cores, que são fixadas ou impostas ao suporte impelidas pela força táctil das mãos.
Luis Athouguia afigura-se-nos ser um artista renovado, com uma pulsão encantatória nos objectos visuais que desvenda. Acaba, outrossim, por mostrar-se cénica a sua proposta; em definitivo, situada entre um diapasão de ruptura e o gosto lavado que a Arte assumida no tempo confere, desde os Gregos ( de notável qualidade de pensamento, mas profundamente ignorantes…) até ao signo dos foguetões sábios, dos beijos cibernautas e dos corações feitos de lata e arames.”
Fernando Grade
"São paisagens oníricas, que tomam a luz como ponto de referência, e que revelam, em contornos definidos por uma geografia circular, grutas, correntes marinhas, naves, colunas, numa plasticidade orgânica onde, inesperadamente, encontramos símbolos ocultos, ou em flagrante evidência.”
Manuela Gonzaga
“Luis Athouguia não procura retratar a humanidade em si, mas o que é exterior à humanidade.
A sua pintura tem uma forte ligação com a luz, num jogo de contrastes claro/escuro, em que a luminosidade parece esconder-se atrás dos primeiros planos, espreitando aqui e ali o momento certo para saltar ao nosso encontro.
Algumas das suas telas são autênticos vitrais pictóricos, onde se chega quase a adivinhar o que se esconde lá fora. Outras são olhares microscópicos com o olho nu da Alma. Outras ainda são rápidas espreitadelas para o interior do além, em que a força das imagens permite um registo marcante.”
João Antero Ferreira
“...A sua pintura é reveladora de uma procura de sinais, interiores e exteriores, em diálogo constante entre a luz e a matéria, entre as vozes da alma e as formas quase carnais que parecem habitar em alguns dos seus quadros, como organismos vivos e autónomos. Por toda a sua obra perpassa, em inconfundíveis matizes, um desejo expresso, ou sonho incontido, de liberdade e harmonia, que tem eco em todos nós.”
Paulo Machado de Jesus
“No íntimo do seu trabalho... o mínimo gesto reflecte como que uma religião pessoal de saudável cepticismo, e frágil equilíbrio no traço que descreve o frisson da sua própria vertigem da sua vida, e num eterno renascer para o quotidiano exercício da meditação, como no gestualismo zen... evocando, no simbolismo dos seus sábios traços, a memória das góticas miragens do manuelino, na busca dessas Índias espirituais, onde em vórtices de luz se vislumbra a esperança de uma redenção...”
José Bivar
“São peregrinações vagabundas por paragens oníricas, erótico-sentimentais, um fascínio quase obsessivo pela fuga curvilínea remetendo para uma espacialidade deliberadamente interminável.
....a grandeza solitária das paisagens interiores veste-se de formas caprichosas, que a luxúria prodigiosa da sensibilidade e da imaginação vai criando um pouco em cada dia, um pouco em cada obra.”
Vicente Borges de Sousa
“A pintura de Athouguia é-nos dada por uma subtileza de traço notável, numa leveza a roçar o deslumbramento, onde a luz se espalha em cambiantes vários de cores aveludadas, criteriosamente escolhidas numa harmonia perfeita, equilibrada, onde o sensual muitas vezes desperta e parece espreitar por entre as rotas curvilíneas extraídas de uma mola imensa de todos os valores abstractos.
José Eliseu
“Uma viagem pelo sonho, onde Athouguia fará reviver as suas paisagens abstractas num passeio de matizes que remetem para imaginários neo-românticos.
Um discurso onírico que carece sempre de reflexão e interpretação perante a obra e na memória visual… Que é cativada pelas cromias conseguidas face à técnica apurada que o autor, no desenvolver da sua actividade, consegue e multiplica com prodigiosa sensibilidade, ora tirando parte do fascínio das curvas, remetendo para o infinito, ora canibalizando paisagens interiores numa luxuriante tentação entre cor e forma.
Vitrais opacos que revelam jogos de contrastes, reflexos e particularidades a que o espectador passa a compelido cúmplice face ao efeito quase hipnótico conseguido.”
In o Diabo (27.02.2001)
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